terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Tudo pela fama?





Eu acho fantástico a vida de digitais influencers, eles ganham presentes, viagens e estão sempre aparentemente felizes e até quando tristes postam conteúdo falando sobre o tema. Eu queria e já tentei ter uma vida assim. Onde eu ia tirava fotos, planejava postagens e buscava sempre sair e utilizar a cidade onde vivo como um trampolim social. Viver dessa forma parece interessante e até mesmo fácil. Comparar a vida de um podcaster/youtuber ou Instagrammer com uma pessoa que trabalha 8 horas por dias de segunda a sexta é injusto. É trabalhoso viver como uma influenciador digital? até pode ser, mas não existe comparação com outras profissões.

Em minha busca para ser um influenciador de sucesso eu busquei um nicho. Vejamos, sou homem, branco, tenho barba, gosto de filmes, jogos, livros e quadrinhos, mas tem uma característica minha que poderia me evidenciar, sou gordo e com isso acabo tendo problemas e pressões de uma sociedade para que eu fosse uma pessoa padrão. Desde 2016 eu consumo influenciadores que lutam contra a gordofobia e a favor da causa Bodypositive, por qual razão eu não poderia me tornar um então? Eu fui atrás e comecei a imitar a forma como eles vivem e as coisas que eles falam. De forma mais contida eu fui atrás de uma militância que antes eu usava na teoria para uma militância mais presente em redes sociais, eu fiz no meu instagram o corpo gordo presente e utilizava as hashtags e usava os influenciadores como inspiração para minhas  fotos. 

Falando com um influenciador eu comecei a pegar as manhas e truques das redes sociais, principalmente do instagram. Ele me ensinou a utilizar as hashtags e também a prática de seguir e parar de seguir as pessoas. Com essas ferramentas ele hoje ostenta quase seis mil pessoas que o seguem. 

Eu então me perguntei qual o limite disso? o quão artificial são as pessoas que "lutam" para se tornar influenciadores? Eu me questionei o quanto estava utilizando uma militância para me promover e o quanto estava levando a sério. Não quero que me interpretem contra as militâncias, eu acho fundamental a presença e a união de minorias ou grupos excluídos, deve sim se ter uma prática de ocupação, mas qual o limite? ele existe?  Eu não quero me limitar a falar sobre Bodypositive, não quero fazer de uma militância minha vida ou ser alguém que as pessoas utilizem como referência a determinado tema. Não sou apenas um corpo gordo, sou um homem que assim como outras pessoas apresenta uma gama de interesses e gostos que me fazem muito maior que a militância.

Não julgo que influenciadores utilizem militâncias como promoção, muitos me auxiliaram na busca de  uma desconstrução sobre determinados assuntos. São pessoas necessárias . A vida deles é atrativa, mas não sei dizer se é uma vida real, uma super exposição da vida e do entorno pode se tornar problemática, por exemplo, o caso de casais que formam um projeto e acabam terminando e tendo que responder pelo projeto após meses de término. A conectividade de redes sociais é maravilhoso, mas se criaram bolhas que estão criando pessoas alienadas em função de militância e 
de gostos. A expansão da globalização e da popularização da internet fez em contrapartida o fechamento e comodidade de alguns grupos que não dialogam ou se colocam a prova a novas ideias e  ficam com a finalidade única de ocupar espaços para os mesmos.

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